Em suas "Confissões", Santo Agostinho dirige a Deus, na parte 27 do livro X, a seguinte oração:
“Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão
nova, tarde Vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu, lá fora, a
procurar-Vos! Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo e eu não estava Convosco!
Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria,
se não existisse em Vós. Porém, chamastes-me, com uma voz tão forte, que
rompestes a minha Surdez! Brilhastes, cintilastes, e logo afugentastes a minha
cegueira! Exalastes Perfume: respirei-o, a plenos pulmões, suspirando por Vós.
Saboreei-Vos e, agora, tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e ardi, no desejo
da Vossa Paz”.
O texto ganhou algumas versões musicadas. No link abaixo, temos a de Celina Borges, "Tarde te amei (Saudade)", com imagens do filme "Augustine - o declínio do Império Romano". O filme, aliás, é recomendadíssimo!
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